Olho os tetos das casas
Infinitos debaixo do Sol
Estradas, muros e pilhas
De palavras sem amor
Um arranha-céu se ergue
Atirando ferro e vidro no alto
Não há mais cantos vazios
Para contemplar
Mas então eu te vejo
Se te vejo
Vejo
Eu abro espaço
Dentro dos olhos
Pois você
Os enche
Eu abro uma estrada
Em meus olhos
Pois você
Os atravessa
Eu diria que é necessário
E até mesmo extraordinário
Ocupar completamente
Seja a terra ou a mente
Eu fecho a janela de novo
Essa confusão será
O que me faz desejar
Não olhar
Eu abro espaço
Dentro dos olhos
Pois você
Os enche
Eu abro espaço
Em meus dias
Pois você
Os atravessa
Olho os tetos das casas
Infinitos muros de palavras
Mas aí eu te vejo
Mas aí eu te vejo
Mas aí eu te vejo
Se te vejo
Se te vejo